sexta-feira, abril 26
sexta-feira, abril 5
Mandinho Chegou!! Valeu Procultura! Valeu Pelotas!
Mandinho
Chegou!! Valeu Procultura! Valeu Pelotas!
Agora, sim. O Mandinho chegou. O CD – suporte físico – faz uma falta
bárbara e minha ansiedade não cabia mais em mim. Com previsão para chegar na
primeira quinzena de março, vi o disco somente hoje, dia 04 de abril.
Os atrasos no Mandinho não são nenhuma novidade. O projeto, assim
como todos os demais contemplados no mesmo edital atrasaram quase um ano para
receber os devidos repasses. Não seria diferente na última etapa – a da
fabricação. Isso porque, com a fusão de duas grandes empresas fabricantes de CD
gerou-se uma grande confusão e os discos a serem entregues em até 45 dias
levaram praticamente três meses. Uma pequena amostra do momento da indústria
fonográfica. Não conheço nenhum disco realizado entre 2011 e 2013 que não tenha
sofrido atrasos de entrega. Sobretudo os independentes, esses pequenos
empresários, produtores e artesãos da música que teimam em continuar
produzindo. Tal foi o atraso, no caso do Mandinho, que deu tempo de desenvolver
paralelamente um aplicativo Mobile – lançado antes mesmo do CD, de modo a não
perder as reflexões sobre a Páscoa que aparecem no disco. Mas nada subsitui a
materialidade do CD.
Nada substitui chegar em casa e ver caixas
amontoadas com discos envoltos nos plásticos sem saber onde guardá-los em meu
apartamento pequeno. A arte está maravilhosa! Estou absolutamente orgulhoso e
comovido com o trabalho – modestia à parte e bem longe. Mas tenho absoluta tranquilidade em elogiar, justamente porque não o fiz sozinho. Contém com o que há de melhor
deste mundo em termos de recursos humanos. Não há como não ter fé nas pessoas depois
de um trabalho como este, onde todo mundo se envolveu muito. Não nenhuma nota
cantada ou tocada de forma displicente ou burocrática. Nenhum traço que não
mereça um elogio.
E não escrevo para
me queixar do atraso, não. Na verdade estou comemorando os atrasos. Em meu caso
específico, vários fatores de minha vida pessoal comemoraram os primeiros
atrasos, as dinâmicas incontornáveis da vida, ganhos e perdas, lutas. Mandinho
passou pela morte do meu irmão, pela maior greve das Federais nos últimos
tempos, pela construção – ainda em processo – da nossa casa. Mandinho foi
contaminado pela minha turnê pela Costa Rica. Se não tivesse atrasado, não
teríamos a Costa Rica no disco! Não imagino o Mandinho sem a Costa Rica no
disco. Se eu pudesse planejar este atraso, o teria feito com toda a certeza.
Projeto antigo, Mandinho soube receber as influências musicais mais recentes.
Pude contar histórias antigas do tempo de professor de educação infantil e cantar
as criações mais recentes, feitas quase em estúdio. Pude exercitar parcerias de
letra, música e arranjo com gente maravilhosa. O Mandinho é uma cópia fiel do
meu momento de vida: meu estabelecimento definitivo em Pelotas, meu
amadurecimento como pai, educador e músico, minha estréia como produtor. Minha
teimosia. Sobretudo minha condição de cidadão do mundo, minha absoluta fé nesta
humanidade que me cerca mais proximamente, ainda que a léguas de onde me
encontro.
Gente boa demais por toda parte. Mandinho foi gravado em Pelotas,
Porto Alegre, São Paulo e San José da Costa Rica, com gente de todas as partes
do Brasil e da América Latina: no disco temos uruguaios, argentinos,
costarricenses, paulistas, mineiros, fluminenses, matogrossenses, baianos, além
da gauchada. Pessoas foram se incorporando ao trabalho e acreditando no projeto
– que agora está se tornando um espetáculo com bonecos, com um grande
lançamento previsto para o segundo semestre deste ano. É praticamente impossível agradecer nominalmente todos os colaboradores neste breve post.
Não é apenas no nome que o Mandinho é pelotense. Ele foi financiado
pela cidadania de Pelotas. Todos os cidadãos da cidade deveriam ter seu nome
inscrito nos agradecimentos do encarte do disco. Ainda que o disco, na ponta do
lápis, tenha ultrapassado consideravelmente o valor financiado – por razões sobretudo
estéticas – é certo que sem os aportes do PROCULTURA este trabalho sequer
existiria. Que a logomarca do Procultura e da Prefeitura de Pelotas seja mais
do que uma mera formalidade, mas tenha esta conotação de agradecimento a todos
os cidadãos, um profundo agradecimento a esta cidade que abriga minha adultice
e ao mesmo tempo minha infância. A você, que está lendo este texto, meu “Muito
obrigado!”
Alguns Mandinhos no sofá de casa.
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